SARAU DE POESIA
Sarau é uma reunião de pessoas interessadas em poesia e música. Quando essas pessoas se encontram para este fim, declamam poemas e ouvem ou tocam músicas que emocionam geralmente os ouvintes. Na escola, podemos fazer uma adaptação do sarau com as crianças, como nas seguintes sugestões:- O professor prepara uma coletânea de poemas dos mais variados, no mesmo número de alunos da sala, de modo que todos participem. As cópias dos poemas serão colocadas numa caixinha ou em algum recipiente que deixe os alunos curiosos para saber o que terão para ler.-
O professor deverá explicitar para os alunos que um sarau serve para que as pessoas compartilhem a arte, seja em forma de poesia ou de música, onde cada qual apresenta seu poema ou música favoritos. Valem tanto poemas seus, como de poetas conhecidos.- Cada aluno escolherá aleatoriamente um poema e, sentados em um grande círculo, lerão os textos.- Após o sarau, vale a pena levá-los a comparar os diversos poemas lidos, quanto a sua forma e seu conteúdo. Depois disso, exponha os poemas, de acordo com suas semelhanças, agrupados em um cartaz.-
Ao final dessa atividade, os alunos devem ser solicitados a produzir seus próprios poemas para o “próximo sarau” na escola”. COMO ESTAMOS NO MUNDO VIRTUAL, E FUTURAMENTE SEUS ALUNOS TAMBÉM, NOSSO SARAU SERÁ ON-LINE E COLABORATIVO:- cada um de vocês escolherá um poema em qualquer site da internet- escolhido o poema, vocês vão colá-lo no local destinado aos comentários- ao colar ou copiar o poema, já acrescente seu comentário sobre o motivo da escolha.- além disso, cada um deverá escolher o poema de outro colega para comentar. - ao final do nosso sarau, cada pessoa deverá ter feito uma pesquisa e dois comentários ao menos.Como dizia Galileu Galilei: " Ó manhã dos inícios!"
MARCO AURÉLIO
ResponderExcluir6º SEM. LETRAS UNISUZ
FILHOS PRÓDIGOS
DE ONDE ELE ERA NÃO SE SABE,
NEM SEU NOME RECEBE REGISTRO,
MAS QUE ERA FAZENDEIRO, É VERDADE,
E ERA TAMBÉM MUITO RICO.
É CERTO QUE TINHA DOIS FILHOS.
É CERTO QUE TINHA PUJANÇA.
E QUE NAQUELE DIA FATÍDICO,
INCERTO EM TANTAS MUDANÇAS,
OUVIRIA DO MAIS NOVO FILHO
UM EMERGENTE PEDIDO:
— EU QUERO A MINHA PARTE NA HERANÇA.
PARTE, REPARTE, QUEM FICA COM A MELHOR PARTE?
É FEITA A PARTILHA EM PORÇÕES.
E EM TANTAS DIVISÕES REQUERIDAS,
PARTE-SE A LINDA FAMÍLIA,
QUEBRAM-SE TRÊS CORAÇÕES.
O DIA DEMORA AMANHECER NA FAZENDA.
A NOITE INSISTE, PREGUIÇOSA SE VAI...
UM GALO CANTA, OUTRO GALO EMENDA.
O PAI; O CHEIRO DO CAFÉ SE ESVAI,
ENSAIA-SE UMA CANTILENA.
UM CAVALO ENCILHADO.
O FILHO MAIS VELHO JÁ NO CAMPO.
OUVE-SE O SOM DE UM COPO ESTILHAÇADO,
E DE DOR, UM GRITO, UM PRANTO.
DESCOBRE-SE A CAMA VAZIA
E UM BILHETE A DIZER:
—“VOU-ME EMBORA PARA OUTRAS LIDAS... MUITO MAIS DIVERTIDAS.
TER A MULHER QUE QUERO, NA CAMA QUE ESCOLHER.
COM O CORAÇÃO GALOPANTE E NA BOCA O GOSTO DE AVENTURA.
ENCONTRA NO PAÍS DISTANTE, UMA COMBINAÇÃO DESTRUTIVA!
POR DIZER MULHERES, DROGAS E NOITADAS, DIGA-SE: VIDA LIBERTINA.
DINHEIRO NA MÃO É VENDAVAL — UMA ÚLTIMA DOSE.
O JOVEM RICO CONTA AS MOEDAS, SENTE-SE INCAPAZ.
VÊ-SE POBRE COMO NUNCA DANTES,
E CONHECE O INFERNO DE DANTE,
MESMO MUITO TEMPO ATRÁS.
DESGENERESCÊNCIA, DEGRADAÇÃO, DÚVIDA E DOR.
SORVE O SABOR DESUMANO DAS PALAVRAS.
SENTE O PODER DA FRAQUEZA,
E FRACO, E FAMINTO,
DESPIDO DE TODA GRANDEZA,
CONHECE A MORTE NA VIDA
A MESMA MORTE SEVERA
DE TANTOS PRÓDIGOS SEVERINOS.
EM TEMPOS, QUANDO OS ANIMAIS SÃO MELHORES DO QUE GENTE.
EM TEMPOS, QUANDO O MAL TRIUNFA SOBERANAMENTE
E ALFARROBAS SÃO NEGADAS.
O JOVEM ENCONTRA NA LAMA AS
VERDADEIRAS PÉROLAS AOS PORCOS LANÇADAS.
E CAI. PROSTRA-SE EM SI. E ALI,
ENSIMESMADO — DESCOBRE-SE.
O DIA APRESSA-SE A AMANHECER NA FAZENDA.
O SOL BRILHA POR CIMA.
O CAMINHO DE VOLTA É ALTERNADO EM TOMBOS E DESEJOS.
RESIGNADO, PREPARA UM DISCURSO CONVENCEDOR.
E O PAI O SURPREENDE COM O NOBRE-SIMPLES-AMOR
ENLANÇANDO-O COM CORDAS DE ABRAÇOS E BEIJOS.
"NA MINHA CASA NÃO HÁ LUGAR PARA EMPREGADOS.
HOJE É DIA DE FESTA!"
MEU FILHO VOLTA ARREPENDIDO
E EU CORRO AO SEU ENCONTRO.
NOVAS ROUPAS,
ANEL NOS DEDOS.
JÁ MANDEI PREPARAR O BEZERRO
ENGORDADO PARA A OCASIÃO.
HOJE TEM YOM KIPPUR NA FAZENDA.
É DIA DE CELEBRAÇÃO".
O FILHO MAIS NOVO FOI ACHADO.
O FILHO MAIS VELHO ENTENDEU.
O QUE O CORAÇÃO DO PAI JAMAIS ESQUECERÁ:
QUE É SEMPRE BOM TER ESPERANÇA,
QUE É SEMPRE DIVINO PERDOAR.
Comentário:
Escrevi esse poema inspirado pela clássica parábola de Jesus intitulada: O Filho Pródigo. O intuito era o de dar uma conotação atual... Se bem, que, independentemente de mim, a parábola será sempre oportuna. A temática é existencial. Espero que alimente o intelecto e, sobretudo, sacie a sede da alma.
Marco Aurélio de Queiroz
Tel: 11 80214631
Acredito que cada vez mais nos aproximamos da alma dos poetas quando a intertextualidade nos mostra que eles já habitam nossa mente, nosso espírito. Parabéns pela sensibilidade, Marco.
ResponderExcluirFernando Pessoa
ResponderExcluir--------------------------------------------------------------------------------
ANÁLISE
Tão ABSTRATA é a idéia do teu ser
Que me vem de te olhar, que, ao entreter
Os meus olhos nos teus, perco-os de vista,
E nada fica em meu olhar, e dista
Teu corpo do meu ver tão longemente,
E a idéia do teu ser fica tão rente
Ao meu pensar olhar-te, e ao saber-me
Sabendo que tu és, que, só por ter-me
Consciente de ti, nem a mim sinto.
E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto
A ilusão da sensação, e sonho,
Não te vendo, nem vendo, nem sabendo
Que te vejo, ou sequer que sou, risonho
Do interior crepúsculo tristonho
Em que sinto que sonho o que me sinto sendo.
12-1911
Escolhi este poema, pois há mais de dez anos não li ainda nada que sintetize com tamanha precisão o que verdadeiramente sente a pessoa que ama com toda sua essência...na música, Renato Russo fez algo semelhante em Sete Cidades, vale a pena ouvir...linda música, lindo poema!!
Autopsicografia
ResponderExcluirO poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
Fernando Pessoa
---------------------------------------------
"Autopsicografia" traduz um pouco o que penso ao ler poemas e foi por isso que o escolhi.
Autopsicografia
ResponderExcluirO poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
Fernando Pessoa
---------------------------------------------
"Autopsicografia" traduz um pouco o que penso ao ler poemas e foi por isso que o escolhi.
Apesar de transmitir (ou fingir rsrs) sentimentos de sempre, o poeta é tão individual quanto cada um de nós e talvez seja por isso que nos identificamos com ele.
A PRIMEIRA VEZ QUE ENTENDI
ResponderExcluirA primeira vez que entendi do mundo
alguma coisa
foi quando na infância
cortei o rabo de uma lagartixa
e ele continuou se mexendo.
De lá pra cá
fui percebendo que as coisas permanecem
vivas e tortas
que o amor não acaba assim
que é difícil extirpar o mal pela raiz.
A segunda vez que entendi do mundo
alguma coisa
foi quando na adolescência me arrancaram
do lado esquerdo três certezas
e eu tive que seguir em frente.
De lá pra cá
aprendi a achar no escuro o rumo
e sou capaz de decifrar mensagens
seja nas nuvens
ou no grafite de qualquer muro.
Escolhi este poema por gostar muito dos poemas de Affonso Romano de Sant’Anna, e também porque seria interessante trabalhar ele no Ensino Médio, pois ao ler poderíamos sugerir aos alunos que eles produzissem seu próprio poema.
JUNTO A TI, DESFAÇO-ME.
ResponderExcluirJUNTO DE TI, DESARMADO, DESALMADO...
NÃO CAMINHO SOU LEVADO A UMA ESTRADA
MUITA LUZ E
UM MENINO DENTRO EM MIM
CORRENDO ALUCINADO
ENAMORADO DE UM SONHO
DE UM CORPO
NU
NOS TEUS BRAÇOS
CONFIANTE
JUNTO, EM TI.
AQUELES OLHOS VERDES PASSARAM POR MIM
ResponderExcluirNÃO ERAM VERDES TANTO QUANTO AQUELES
VERDES GLOBAIS DA NOVELA DAS OITO.
POR ISSO, NÃO PUDE ADMIRÁ-LOS
SOMENTE PERCEBÊ-LOS POR
MEUS OLHOS JÁ CONTAMINADOS.
NÃO ERAM BONITOS
ERAM VERDES.
EU OS TROUXE PARA O MEU POEMA -
QUIS SER JUSTO.
E SER JUSTO É SER BELO,
AINDA QUE EU SÓ VEJA A BELEZA
INJUSTA PELO QUADRADO-REDONDO
DE MINHA TELE VISÃO.
AQUELES OLHOS VERDES NÃO ME OLHARAM
AQUELES OLBHOS VERDES PODERIAM SER BELOS
SE LESSEM, SE APENAS LESSEM MINHAS CONSTRUÇÕES POÉTICAS.
PODERIAM ATÉ ME PERDOAR
E QUEM SABE
PODERIAM ATÉ
ESVERDEAR MEU AMADURECIMENTO.
MARCO AURÉLIO
POEMA-MINUTO
ResponderExcluirMINUTO INUSITADO: O PRIMEIRO OLHAR
MINUTO INACABADO: A FILA DE ESPERA
NA TEORIA UM MINUTO DEVE CONTER 60 SEGUNDOS
O QUE FUNCIONA MUITO BEM NO RELÓGIO.
NA VIDA UM MINUTO TEM QUANTOS SEGUNDOS
A SITUAÇÃO EXIGIR.
UM MINUTO NA SALA DE AULA COM A
PROFESSORA PREFERIDA PASSA MUITO RÁPIDO
O EQUIVALENTE A UM SEGUNDO.
TENTE O INVERSO,
LEVA HORAS.
SERES APOÉTICOS LEVARIAM UMA VIDA PARA LER
ESSE POEMA E NÃO VERIAM NADA.
OS POETAS LEEM COMENDO PALAVRAS E
DIVERTINDO-SE NO ESPAÇO
ENTRE POÉTICO.
OS POETAS LEEM EM UM MINUTO
DIALOGANDO COM O POEMA
A VIDA INTEIRA.
MARCO AURÉLIO
Quem Sabe um Dia – Mário Quintana
ResponderExcluirQuem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!
Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!
Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!
Um dia
Um mês
Um ano
Um (a) vida!
Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois
Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois
Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois
Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois
-----------------------------------------------
Escolhi este poema de Mário Quintana, pois aprendi a admirar suas obras, sua maneira simples de jogar com as palavras, sua forma simples de tocar o coração, sem rodeios, com clareza e precisão.
ESCREVI ESSES TRÊS POEMAS NUM FÔLEGO, NA CORRERIA DO DIA-A-DIA.
ResponderExcluirSEI QUE É POSSÍVEL NÃO PERDER A SENSIBILIDADE MESMO QUANDO A VIDA NOS EMPURRA, NOS SUFOCA.
apreciar primeiro,
ResponderExcluirler depois.
Lindo o poema que vc, Edlene, escolheu.
valeu.
Galerinha, o poema postado por vocês são ótimos.
ResponderExcluirPena nem todos terem conseguido deixar uma "marquinha" ainda.
Marco obrigada pelo comentário, como eu disse os poemas do Mário Quintana são simples, porém marcantes, pelo menos para mim.
Até mais... Beijinhos a todos.
GALERA, AQUI É O NATAN.TUDO MUITO LINDO.VOCÊS ESTÃO INSPIRADOS MESMO.
ResponderExcluirTÔ SEMPRE DE OLHO NESSE BLOG.
PARABÉNS SUPER PAULA PELA IDEIA.
VOCÊS SÃO TÃO FOFOS!!!
ResponderExcluirAMEI. TAMBÉM TENHO UM PENSAMENTO:
"QUEM ESCREVE DEVE SABER QUE SUAS CRIAÇÕES NÃO SÃO MAIS SUAS, MAS DE QUEM AS LÊ".
BEIJOS DA FÁTIMA...
SOU A LUCIANA DO CURSO DE LETRAS. ESSA TURMA É INCRÍVEL.SEGUNDO JÚLIO PLAZA, EM TRADUÇÕES INTERSEMIÓTICAS , AS LINGUAGENS VEICULADAS POR DIFERENTES MEIOS E SUPORTES DIALOGAM DE FORMA DIFERENCIADA COM NOSSO SISTEMA SENSÓRIO E NELE FICAM INSCRITAS.
ResponderExcluirÉ ISSO AÍ, PESSOAL, A PROFESSORA PAULA TEM MOSTRADO A IMPORTÂNCIA DESSE VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO CHAMADO INTERNET.
POEMA PARA MIM, TEM CHEIRO DE INFÂNCIA. AI QUE SAUDADE DA MINHA INFÂNCIA QUERIDA...ESSE BLOG É UM PASSEIO QUE REVIVE EXPERIÊNCIAS PASSADAS E APONTA PARA OUTRAS VIVÊNCIAS FUTURAS.
ResponderExcluirA TURMA DO 6º DE LETRAS ESTÁ DE PARABÉNS. QUERO REGISTRAR AQUI MEU ELOGIO À PROFESSORA PAULA.
VALEU!
UM VERSO DE AMOR NÃO PRECISA TER RIMA,
ResponderExcluirPRECISA SER RIMA.
UM VERSO DE AMOR DISPENSA A MÉTRICA,
MAS NUNCA, A POÉTICA.
UM VERSO DE AMOR ESTÁ IMPREGNADO DE SENTIDO,
CARREGA EM SI UMA ENERGIA NUCLEAR,
CAPAZ DE EXPLODIR MUNDOS.
UM VERSO DE AMOR NÃO SE ACANHA,
NÃO TEM PUDOR,
NÃO SE RESTRINGE.
UM VERSO DE AMOR NÃO PRECISA FALAR DE AMOR.
UM VERSO DE AMOR NÃO PRECISA SER UM VERSO,
MAS, NECESSARIAMENTE, PRECISA FAZER AMOR COM O LEITOR.
UM VERSO DE AMOR A GENTE FAZ AGORA,
VOCÊ ME LÊ NAS PALAVRAS,
VOCÊ ALCANÇA MEUS SENTIDOS,
VOCÊ ME TOCA, SUTILMENTE,
E EU, ESCONDIDO - ESCONDIDO MESMO
EM MEUS VERSOS -
SOU O INVERSO DO AMOR
UM UNIVERSO DE POESIA.
GOSTARIA DE DIZER QUE ESTE CIBERESPAÇO É MUITO INTERESSANTE, POIS, ALÉM DO CONTATO COM A GALERA (POR MEIO DOS COMENTÁRIOS) NOSSO PRÓPRIO CIBERESPAÇO(QUE ESTÁ NA NOSSA CABEÇA) SE AMPLIA.
ResponderExcluirOBRIGADO PELOS COMENTÁRIOS EUNICE. VALEU!!!
ResponderExcluirConhecer o texto das pessoas
ResponderExcluirPor ele tentar conhecê - las um pouco
Seguir um aqui, admirar outro acolá,
refutar o de alguém com o qual
não concorde absolutamente
Fator de gente
e só de gente
competente por gostar
de se expressar por escrito
o que sente
o seu mundo numa ótica diferente
e tão ricamente
que por isso vale a pena viver
e ler, ler, ler...
Eunice, adorei seu poema!!!!!!
ResponderExcluirSimples e conclusivo.
Acho escrever uma das mais belas formas de expressar o que se sente.
Até mais!!!!
SEMPRE VALE A PENA LER... LER BONS LIVROS... POUCOS E BONS LIVROS MUITAS VEZES.
ResponderExcluirLER PESSOAS. DEIXAR-SE LER TAMBÉM.
SER PÁGINA CHEIA, PÁGINA EM BRANCO, SER NOTA DE RODAPÉ... SER COMEÇO, MEIO E FIM... ENFIM, SER VOCÊ COM TODAS AS LETRAS, EM TODAS AS POSSIBILIDADES.
MARCO AURÉLIO
QUIS DEUS QUE EU LEVASSE A VIDA ASSIM
ResponderExcluirDESPEJANDO PALAVRAS LARVAS LAVRAS
COMO SE EU FOSSE PETROLÍFERO
MAS NÃO DE PETRÓLEO
DE PALAVRAS
QUANTO MAIS ME CAVO
MAIS ENCONTRO O RASO
E EU ME AFUNDO
NAS PROFUNDEZAS DE MIM
QUANDO ESTOU LÁ EM BAIXO
ABISMANDO-ME
OLHO PARA O ALTO E VEJO
VEJO PLATÃO SAINDO DA CAVERNA
ELE SORRI
SOMBRAS DE PALAVRAS
EU APANHO O MÁXIMO QUE POSSO
E SAIO A SEMEAR
AS ÁRVORES FEITAS DE PALAVRAS
ÀS SOMBRAS DAS ÁRVORES
JUNTO AOS RIOS DE BABILÔNIA
EU DEBRUÇO MEU ROSTO CANSADO
QUEM SOU EU?
APENAS UM ESCRAVO DAS PALAVRAS.
QUEM TEM MEDO DE ASSOMBRAÇÃO?
ResponderExcluirNUMA NOITE DESSAS
NÃO DE SEXTA-FEIRA
ELE SE MANIFESTA
NÃO É BRINCADEIRA.
TUDO OBSCURECE
MORRE A ALEGRIA
O CHÃO TODO ESTREMECE
É SÓ FEITIÇARIA.
MESMO SEM VASSOURA
OU SEM CALDEIRÃO
SEU OLHAR É UMA TESOURA
NOSSO OLHAR APREENSÃO.
SE ALGUÉM SE HABILITA
TECER ALGUM COMENTÁRIO
ELE LOGO SE AGITA
E DESPEDAÇA O COITADO.
QUE SAUDADES DAS SEXTAS-FEIRAS
QUANDO TUDO É AVENTURA
QUANDO TUDO É MAGIA, ENCANTAÇÃO.
QUE SAUDADES DAS SEXTAS-FEIRAS
QUANDO TUDO É DOÇURA, SONHO, POESIA,
IMAGINAÇÃO.
QUE SAUDADE DA BRUXA DA MAÇÃ.
INSPIRADO EM HANS C. ANDERSEN
P A U L A - mais que um software
ResponderExcluirMinha caneta pensa duas vezes
antes de descrevê-la.
Ela é epifania - invocação.
Sinfonias- emoção.
Polifonias - confusão.
Tanto conteúdo
na palavra
Paulatinamente, cava.
Receoso, o poeta, insiste.
Ambicioso... busca, examina, asculta
pá lavra
ele se cala. Ouve-se.
Uma das vozes insemina sua terra apoética.
Acontece:
P oesia invadindo a mente
A mente fazendo o caminho inverso
U ma palavra-chave latente
L uz em meios controversos... e de repente:
APOETECE!.
A Rosa de Hiroshima
ResponderExcluirPensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Existem muitos poemas belíssimos e que despertam em nós vários sentimentos. Escolhi o poema “A Rosa de Hiroshima” porque além de gostar do poeta Vinicius de Moraes, também é interessante à maneira como trabalhou a metáfora e a critica social sobre o horror que destruiu as duas cidades Hiroshima e Nagasaki matando milhares de pessoas. Esse poema desperta questionamento sobre a atitude do homem e o desejo do poder. O que o homem é capaz de fazer para obter o poder?É claro que não se pode deixar de mencionar a interpretação de Ney Matogrosso que é inigualável. Pode-se dizer que a junção desse poema mais a musicalidade na voz desse interprete criou-se uma nova poesia.
Nossa!! que turma inspirada. adoooreeeiii todos.
ResponderExcluirTem um poema do heterônimo Alberto Caeiro (Fernando Pessoa) que gostei, alias ele é d + um gênio. Esse poema é longo, postarei um trecho que acho interessante porque vejo uma reflexão da existência, natureza, Deus... enfim é o que eu entendo.
O Guardador de Rebanhos
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!
(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De quem, por não saber o que é olhar para as cousas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)
Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.
E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?).
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda hora.
Pessoal !!! não é lindo !!!
Oi, japonesa
ResponderExcluirBELÍSSIMA ESCOLHA... A dA ROSA DE HIROSHIMA...
TAMBÉM FIZ MINHA ESCOLHA:
A obra anunciadora de Velimir Khlébnikov, não se parecia com nada do que se fizera anteriormente. Anulavam-se não só os clichês introduzidos pelo simbolismo, mas toda a linguagem convencional se desarticulava. Sua poesia parecia às vezes não ter sentido, mas, na realidade, o que ele trazia, na feliz expressão de Iúri Tinianov, era "um novo sistema semântico". Ela só não tinha sentido para quem não conseguia apreendê-lo, nem perceber nele o verdadeiro significado dos novos tempos.
A ENCANTAÇÃO PELO RISO
Ride, ridentes!
Derride, derridentes!
Risonhai aos risos, rimente risandai!
Derride sorrimente!
Risos sobrerrisos - risadas de sorrideiros risores!
Hílare esrir, risos de sobrerridores riseiros!
Sorrisonhos, risonhos,
Sorride, ridiculai, risando, risantes,
Hilariando, riando,
Ride, ridentes!
Derride, derridentes!
1910
(Tradução: Haroldo de Campos)
MAIS UM POEMA DO POETA RUSSO Velimir Khlébnikov:
ResponderExcluirUma vez mais, uma vez mais
Sou para você
Uma estrela.
Ai do marujo que tomar
O ângulo errado de marear
Por uma estrela:
Ele se despedaçará nas rochas,
Nos bancos sob o mar.
Ai de você, por tomar
O ângulo errado de amar
Comigo: você
Vai se despedaçar nas rochas
E as rochas hão de rir
Por fim
Como você riu
De mim.
1919-1921
(Tradução: Augusto de Campos)
ACESSEM:
ResponderExcluirpoetamarcusaurelius.blogspot.com
ESTAMOS ORGANIZANDO UM EVENTO:
ResponderExcluirMAGNIGHTS 2010 "TUDO DIFERENTE" . ACONTECERÁ NOS DIAS: 11 DE JANEIRO A 22 DE FEVEREIRO NO ESPAÇO MIX EM SUZANO.
RECEBEREMOS AS BANDAS:
11 DE JANEIRO: PG
18 DE JANEIRO: RONALDO BEZERRA
25 DE JANEIRO: BARUK
01 DE FEVEREIRO: ADHEMAR DE CAMPOS
08 DE FEVEREIRO: LIVRES PARA ADORAR
15 DE FEVEREIRO: LUCAS SOUZA
22 DE FEVEREIRO: OFICINA G3
É UM EVENTO BENEFICENTE. A ARRECADAÇÃO SERÁ REVERTIDA TOTALMENTE PARA O MINISTÉRIO. IREMOS AJUDAR O HOSPITAL DR ARNALDO DE MOGI DAS CRUZES QUE CUIDA DE PACIENTES TERMINAIS. ALGUNS VIVEM LÁ A VIDA TODA.
11 80214631. magsuzano_jovens@yahoo.com.br
MARCO AURÉLIO
Pessoal, quanta inspiração!!
ResponderExcluirParabéns a todos!
Lu, eu tbm gosto mto do "Rosa de Hiroshima" :)
Ai gente... cada poema lindo... EEu sou um pouco suspeita, pois sou fascinada por tudo que esteja presente na literatura... Parabéns, vcs realmente são demais...
ResponderExcluirProfessora Paula... que ideia show...
Beijosssss
Marcela
Testamento (Manuel Bandeira)
ResponderExcluirO que não tenho e desejo
É que melhor me enriquece.
Tive uns dinheiros - perdi-os...
Tive amores - esqueci-os.
Mas no maior desespero
Rezei: ganhei essa prece.
Vi terras da minha terra.
Por outras terras andei.
Mas o que ficou marcado
No meu olhar fatigado,
Foram terras que inventei.
Gosto muito de crianças:
Não tive um filho de meu.
Um filho!... Não foi de jeito...
Mas trago dentro do peito
Meu filho que não nasceu.
Criou-me, desde eu menino
Para arquiteto meu pai.
Foi-se-me um dia a saúde...
Fiz-me arquiteto? Não pude!
Sou poeta menor, perdoai!
Não faço versos de guerra.
Não faço porque não sei.
Mas num torpedo-suicida
Darei de bom grado a vida
Na luta em que não lutei!
Escolhi o poema "Testamento", de Manuel Bandeira, por expressar uma forte reflexão sobre a vida.
Madalena
Retrato
ResponderExcluirCecília Meireles
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Ana Lúcia 4105
Escolhi este poema porque reflete a passagem do tempo, que sabemos se dar de maneira veloz, mas somente em determinados momentos constatamos de forma concreta.
Vaidade – Florbela Espanca
ResponderExcluirSonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo ...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho ... E não sou nada! ...
Eu admiro esta autora a mais ou menos dois anos... Quando a descobri até comentei com o Marco. Então comprei um livro e de todos poemas lidos, este soneto foi o que mais me tocou. Ora por me emocionar, ora pela extrema identificação que tenho por ele. Quando puderam leiam, a conheçam, pois ela é maravilhosa. Uma escritora extremamente profunda. Especial de verdade.
Só estava faltando o meu né????
Beijos da Má e do Miguel.
Soneto do Amor Total
ResponderExcluirAmo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Quem dá mais, quem dá mais...rsrsrs. Não preciso nem falar o quanto amo esse poeta, tudo que ele escreve... E esse, dos sonetos que conheço é sem dúvida o mais belo, sublime, emocionante... Fez parte do meu TCC, então tenho um carinho muito mais que especial...
Beijinhosss
Má e Miguel
Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
ResponderExcluirMas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.
Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
Meus amores este é especialmente à vcs. Tudo o que passamos, tduo o que brigamos rsrsrs... Mas no fim conseguimos e estmoa aqui, vitoriosos, como devia ser. Parabéns. Vcs são milagrinhos da minha vida....
Obrigada por tudo
beijos
É do Einstein...
ResponderExcluir