sexta-feira, 23 de agosto de 2013

ATIVIDADE DO 6º SEMESTRE DE LETRAS - 23/08/13

MANIFESTO DOS PLANETÁRIOS


AUTO-RETRATO DOS PLANETÁRIOS

Aqui estamos. Nós. Os planetários. Conduzimos os mesmos veículos, tomamos os mesmos aviões, utilizamos os mesmos hotéis, temos as mesmas casas, as mesmas televisões, os mesmos telefones, os mesmos computadores, os mesmos cartões de crédito. Informamo-nos na câmara de eco dos meios de comunicação mundializados. Navegamos na Internet. Temos o nosso site. Participamos na silenciosa explosão do hipercórtex infinitamente reticulado do World Wide Web. ouvimos músicas de todos os cantos do mundo: raï, rap, reggae, samba, jazz, pop, sons da África e da Índia, do Brasil ou das Antilhas, música céltica e música árabe, estúdios de Nashville ou de Bristol...Dançamos como loucos ao ritmo da techno mundial em rave parties sob a luz zebrada de idênticos raios estroboscópicos. Lemos os nossos livros e os nossos jornais na grande biblioteca mundial unificada de Babel. Misturados com turistas, visitamos museus cujas coleções cruzam as culturas. As grandes exposições de que gostamos giram em torno do planeta como se a arte fosse um novo satélite da Terra. Estamos todos interessados nas mesmas coisas: todas as coisas. Nada do que é humano nos é estranho.

Nós, os planetários, consumimos no mercado mundial. Comemos à mesa universal, baunilha e kiwi, coentros e chocolate, cozinha chinesa e cozinha indiana. Quando alguns rabugentos querem polarizar o nosso olhar sobre a distribuição de hamburguers de má qualidade ou de bebidas gasosas com açúcar, preferimos apreciar o alargamento do leque de possibilidades: poderíamos provar tantos frutos diferentes, tantas especiarias, tantos vinhos e licores há cinquenta anos, há cem anos?

Assistimos (e organizamos) colóquios internacionais, uma instituição rara e reservada a uns poucos há ainda cinquenta anos, mas que se torna hoje um desporto massificado. Acontece que a nossa reputação ultrapassa as fronteiras do país em que nascemos. Somos traduzidos em várias línguas, ou então não temos necessidade de ser traduzidos porque trabalhamos nas artes visuais, na música, na moda, no desporto. O nosso talento é reconhecido por toda a parte. E pouco importa que este talento seja acolhido num país ou noutro. Queremos simplesmente que ele desabroche.

Pouco a pouco, sem que nós nos tenhamos dado conta disso de imediato, o mundo chegou à nossa mão e fizemos dele o nosso campo de ação. A envergadura dos nossos atos aumentou até atingir as margens diante de nós. Temos clientes, parceiros e amigos por todos o lado. De súbito, aprendemos progressivamente a maneira de nos dirigirmos a toda a gente, a todo o mundo. Os nossos compatriotas estão por toda a Terra. Começamos a constituir a sociedade civil mundial.

Somos cada vez mais numerosos. Trabalhamos numa empresa multinacional ou transnacional, na diplomacia, na tecnologia de ponta, na investigação científica, nos meios de comunicação, na publicidade. Somos artistas, escritores, cineastas, músicos, professores, funcionários, internacionais, futebolistas, alpinistas, navegadores solitários, comerciantes, hospedeiras do ar, consultores, acionistas, militantes de associações internacionais. Cotidianamente, para o melhor e para o pior, para compreender ou para sobreviver, para os amores ou para os negócios, em número cada vez maior, temos de olhar, comunicar e talvez agir para lá das fronteiras. Somos a primeira geração de pessoas que existe à escala do globo. Homens e mulheres políticos, drogados, manequins, gente de negócios, prostitutos, terroristas, vítimas de catástrofes televisivas, cozinheiros, consumidores, telespectadores, internautas, imigrados, turistas: somos a primeira geração global.

Nenhuma geração alguma vez viajou tanto como a nossa, tanto para o trabalho como para o prazer. O turismo tornou-se a maior indústria mundial. Nunca emigramos tanto como hoje, quer sejamos pobres atraídos pelo trabalho, quer sejamos ricos em busca de melhores condições fiscais ou de uma remuneração mais justa da nossa competência. Inversamente, nunca alimentamos, acolhemos, integramos, assimilamos e educamos tantos estrangeiros.

Já não somos sedentários, somos móveis. Também não somos nômades, porque os nômades não tinham campos nem cidades. Móveis: que passam de uma cidade para outra, de um bairro para outro da megalópole mundial. Vivemos em cidades ou metrópoles em relação umas com as outras, que serão (que já são) as nossas verdadeiras unidades de vida, muito mais que são como navios no alto mar, conectados a todas as redes.

Somos budistas americanos, informáticos indianos, ecologistas árabes, pianistas japoneses, médicos sem fronteiras. Como estudantes, para aprender por toda a parte, circulamos cada vez mais em torno do globo. Vamos onde podemos ser úteis. Graças a Internet, damos a conhecer o que temos a oferecer à escala do planeta. Como produtores de vinho ou de queijo, instalamos um sistema de venda popr correspondência na Web. A nossa geração está a inventar o mundo, o primeiro mundo verdadeiramente mundial.

Já não nos agarramos a um ofício, a uma nação ou a qualquer identidade. Mudamos de regime alimentar, de profissão, de religião. Saltamos de uma existência para outra, inventamos continuamente a nossa atividade e a nossa vida. Somos instáveis, tanto na nossa vida familiar como na nossa vida profissional. Casamo-nos com pessoas de outras culturas e de outros cultos. Não somos infiéis, somos móveis.

A nossa identidade é cada vez mais problemática. Empregado? Patrão? Trabalhador autônomo? Pai? Filho? Amigo? Amante? Marido? Mulher? Homem? Nada é simples. Cada vez mais, tudo tem de ser inventado. Não temos modelos. Somos os primeiros a entrar num espaço completamente novo. Entramos no futuro que inventamos calcorreando o planeta.

PIERRE LÈVY



Agora discuta com seus colegas sobre as afirmações do filósofo quanto ao uso das tecnologias na vida moderna. Comente sobre as diferenças entre o passado, o presente e o futuro com tecnologias. Considere os pontos positivos e negativos da revolução tecnológica que vivenciamos.

Lembre-se: o que há de mais importante em um blog é sua característica democrática de abrir espaço para os diferentes pontos de vista de seus usuários. Trave conversas edificantes com seus colegas, assim todos nós construiremos nosso conhecimento de forma colaborativa!! 

Comente quantas vezes quiser. Bom trabalho!!

17 comentários:

  1. De acordo com o texto do autor Pierre Levy, é de se convir que estamos vivendo em uma era de extrema tecnologia, sim estamos cercados por várias, mas o que deve-se ressaltar que tanta modernidade podem ser favoráveis sim, só que temos que ter a inteligência de saber o que estamos fazendo, ou seja, usar a tecnologia para trazer benefícios, principalmente na área da informatização. o computador é uma ferramenta de extrema importância na vida de qualquer ser humano, nos dias atuais.Não basta termos acesso a várias tecnologias, mostrar as boas referências contidas nela. Assim um professor deverá trabalhar esta questão em sala de aula, mostrando aos seus alunos o que podem de melhor retirar desta área totalmente informatizadas que estamos vivendo.

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    1. Maria Amélia de Lima25 de agosto de 2013 às 17:51

      Não há dúvida de que vivemos num período ímpar. Somente agora e, exatamente agora, podemos falar ao mundo, atravessar continentes, fronteiras, mares e oceanos. A humanidade nunca evoluiu tanto em tecnologias como nos últimos anos. Entretanto, problemas ainda existem e se multiplicam. Hoje, as "culturas" conversam por meio de fios, teias imaginárias, mas ainda não conseguem entender e aceitar certos estilos de vida. Ao trabalharmos com recursos tecnológicos na escola não podemos deixar de lado a humanização do ser humano. O avanço científico deve contribuir para a vida e não contra a vida. O que vemos é uma corrida frenética a favor de armas, drogas, consumo, etc. Nosso aluno nasceu neste cenário, mas necessita de ferramentas para entendê-lo e, cabe a nós, educadores, essa nobre tarefa, fornecê-las.

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  2. maria amélia de lima25 de agosto de 2013 às 17:40

    Não há dúvida de que vivemos num período ímpar. Somente agora e, exatamente agora, podemos falar ao mundo, atravessar continentes, fronteiras, mares e oceanos. A humanidade nunca evoluiu tanto em tecnologias como nos últimos anos. Entretanto, problemas ainda existem e se multiplicam. Hoje, as "culturas" conversam por meio de fios, teias imaginárias, mas ainda não conseguem entender e aceitar certos estilos de vida. Ao trabalharmos com recursos tecnológicos na escola não podemos deixar de lado a humanização do ser humano. O avanço científico deve contribuir para a vida e não contra a vida. O que vemos é uma corrida frenética a favor de armas, drogas, consumo, etc. Nosso aluno nasceu neste cenário, mas necessita de ferramentas para entendê-lo e, cabe a nós, educadores, essa nobre tarefa.

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  3. Refletir sobre o texto de Pierre Levy leva-nos a pensar que o momento e crucial para nossa vida, a era tecnológica chegou,numa velocidade incrível,em nosso meio.
    Assim também surge a oportunidade de novos conhecimentos, que antes era de difícil acesso este avanço cientifico, ajuda nos a entender melhor que este veiculo bem utilizado para uma boa causa torna se uma ferramenta que poderá ser utilizada nas escola. Cabe ao docente aprender como utiliza-las de maneira instrutiva e coerente este equipamento para não ficar incluso nssa nova era que estamos vivendo.

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  4. Luana Gonçalves 510227 de agosto de 2013 às 10:35

    Referente ao que foi exposto acima, posso dizer que a tecnologia vem ganhando um espaço crucial na nossa sociedade, hoje os jovens, as crianças, todos em geral, não querem mais saber da escrita, das atividades manuais, desenhos,mas sim da tecnologia, que hoje ajuda muito, diferente de alguns anos atrás.
    A tecnologia é uma ferramenta que ajuda no avanço da humanidade,porém vem se destacando muito que as vezes da até um medo.
    Portanto,tudo que é utilizado com moderação que é para o nosso próprio bem é favorável.... Enfim, apesar das vantagens e desvantagens, a tecnologia continuará agindo em nossas vidas e na nossa sociedade durante muitos anos ainda se continuar neste caminho.

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  5. Bom dia!

    Como é bom voltar a esse blog e reler esse maravilhoso texto de Lèvy. Aliás, eu estava com muitas saudades de comentar aqui e embora esteja ausente, sempre entro para dar uma espiadinha e matar a saudade de toda essa discussão sobre Ciberespaço.

    Por ter sido aluno da Ilustríssima amiga e professora Paula Pudo, posso dizer com propriedade que toda essa discussão filosófica que vocês iniciaram - que os acompanharão por todo esse semestre - fará uma enorme diferença quando estiverem em sala de aula lecionando. Digo com propriedade por estar observando tais fenômenos, e toda a essa teoria que é novidade para muitos - que na verdade a prática já existe há muito tempo - fará a diferença no futuro como professores (as).

    Bem vindos ao nosso barco (essa frase fará sentido quando estudarem um pouco mais Pierre Lèvi)

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  6. Regina Feitosa dos Anjos RGM: 517029 de agosto de 2013 às 14:39

    Todas essas informações trazidas por Lèvy, nos leva a uma reflexão embasada na linha do tempo em que o homem parecia não conhecer o mundo em sua volta, as amizades eram limitadas e surgiam quase sempre após um breve aperto de mão. Para melhor compreensão desse fato vamos nos tele transportar ao século XlX, esse período consta na história como período do movimento romântico e nesse período as pessoas viviam em uma sociedade lenta, isto é, não havia meios de comunicação, não existia avião, automóvel, televisão, muito menos computador e celular, as notícias eram levadas e trazidas a cavalo e por isso o mundo mudava lentamente.
    Por volta de 1937 após algumas invenções como o rádio, telefone e televisão é que surgiu o primeiro computador eletrônico com aproximadamente 117 metros de comprimento, a partir daí foi-se aprimorando, aprimorando até chegar aos computadores mais modernos que se tem hoje.
    Contudo somente por volta dos anos 60 surgi o primeiro rasto do que viria a ser hoje a internet, a internet é hoje um meio de comunicação tanto de trabalho como de lazer, porém sua história não foi muito agradável, ela surge no período da Guerra Fria nos Estados Unidos, em que houve a necessidade de interligar computadores de várias regiões para captar informações de diversos lugares acerca da guerra.
    A guerra acabou porém a internet permaneceu, foi se ampliando e nos dias atuais ela tornou-se um verdadeiro mundo virtual. Com base nesses fatos é cabível dizer que o homem do século XlX não é o mesmo homem que vive hoje no século XXl, (isso em um ver tecnológico). Lèvy deixa transparecer esse ver quando afirma que: “a nossa geração está a inventar o mundo” , “somos os primeiros a entrar num espaço completamente novo”.

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  7. Tatiane Gama - Rgm 493429 de agosto de 2013 às 16:42

    Este texto do Levy nos leva a pensar como a tecnologia tem influenciado em nossas vidas,
    Hoje em uma sala de aula há muitos recursos que auxíliam no aprendizado, e não há como negar que os professores percisam caminhar junto com este avanço, que muitas vezes nem percebemos no dia a dia.
    Mas cabe ao professor com sabedoria usar toda essa tecnologia para o desenvolvimento do aluno e não para o retardamento, visto que este avanço tem tirado o prazer da sala de aula, como leitura, escrita e pesquisa de livros manuais.
    Sou a favor da tecnologia como ferramenta de estudo, mas sou totalmente contra o uso da tecnologia em que o aluno perca o prazer em estudar!!!!!

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  8. Simone Bernardes RGM:486930 de agosto de 2013 às 11:40

    O que falar da tecnologia, quando fazemos uso da mesma?
    Sabemos que a tecnologia veio evoluindo assim como o homem e suas invenções, as novas tecnologias passaram a exercer uma enorme influência na sociedade, todos temos acesso a internet, seja em casa, no trabalho ou na lan house, tudo está ao nosso alcance na frente de um computador, e é exatamente isso que me preocupa, como utilizar uma ferramenta como esta, que em segundos pode desviar nossa atenção do objetivo principal?
    São muitas as possibilidades existentes e que podem ser utilizadas como elementos facilitadores da aprendizagem, mas o que se percebe é que poucos, fazem uso das novas tecnologias em contextos escolares, até pela falta de formação e capacitação de muitos profissionais da área da educação, que desconhecem o uso dessas ferramentas de maneira eficaz no processo de ensino. Acredito sim que a tecnologia pode ajudar, mas é preciso muita atenção no que se é trabalhado, caso contrário uma boa ferramenta pode destruir o interesse do aluno.
    É claro que a educação sofrerá pressão social, cultural e econômica, e que haverá uma necessidade de mudança no ensino das novas gerações, exatamente para romper com as metodologias que durante anos foram utilizadas, e que só atendiam às necessidades daquele momento. E por isso é preciso estar preparado para lidar com as novas tecnologias.

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  9. Silvania C. Santos RGM: 505330 de agosto de 2013 às 19:06

    O homem e a tecnologia caminham juntos em seus diversos aspectos, sendo de muita relevância para o seu desenvolvimento. Nos dias atuais a tecnologia entrou de vez em nossas vidas e fica difícil imaginar o nosso dia a dia sem esta tecnologia, mas devemos saber usa-la. A mesma deve ser usada para o crescimento das pessoas e não as pessoas crescerem dependendo da tecnologia.

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  10. o texto do autor Pierre Levy, é de se entender que estamos vivendo em uma era de extrema tecnologia,em que o homem mudou com o tempo e a era contemporânea .

    Dayzunai C.R de Almeida 6 pedagogia.

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  11. Aline Almeida rgm 486828 de novembro de 2013 às 17:24

    acredito que a tecnologia nos ajudará em muitas coisas, mas ainda preciso aprender como trabalhar ela a nosso favor, a maioria das pessoas tem acesso a internet, mas não fazem um bom proveito disso, ´deve ser difícil conseguir prender a atenção do aluno, quando se tem algo que em menos de segundo leva ele para o outro lado do mundo, por isso volto a dizer temos um ótimo recurso em mãos, mas é necessário sabermos usar a nosso favor.

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  12. Aurea Bela do Nascimento RGM 506928 de novembro de 2013 às 18:54

    De acordo com o autor do texto, devemos concordar que estamos vivendo na era da tecnologia, e estamos cercados por ela, mas o que se deve ressaltar é que tanta modernidade pode ser favorável sim,mas devemos saber o que estamos fazendo, ou seja, usar a tecnologia para trazer benefícios, e não causar danos.

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  13. Adevalda Pereira da Silva RGM:6355 -3° Pedagogia manhã5 de março de 2014 às 15:28

    Analisando os dois textos podemos perceber que as mudanças estão ocorrendo em uma velocidade assustadora, e com certeza o futuro realmente é incerto . Podemos perceber que alguns conceitos antigos já não nos serve mais. Aquilo que achávamos que era certo talvez hoje não tenhamos a mesma certeza.
    Aprendemos todos os dias e sentimos a necessidade de aprender cada vez mais ou iremos ficar parados no tempo, desatualizados.
    Não podemos negar que estamos interligados uns com os outros, até mesmo porque isso se faz necessário para nossa sobrevivência nesse mundo onde a era digital nos cobra cada vez mais.

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  14. Adevalda Pereira da Silva RGM: 6355- 3° Pedagogia manhã5 de março de 2014 às 15:46

    Mas precisamos ficar atentos a essa tecnologia que em alguns casos é fundamental e em outros trás muitos problemas para sociedade quando se faz mal uso da mesma.

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  15. Camila Faravola RGM: 6249 3º Pedagogia
    A tecnologia por si é muito importante e muito útil no nosso dia a dia,porém devemos saber utiliza-la de forma equilibrada, e fazer o bom uso dela,ela é muito importante para o nosso crescimento intelectual, não imagino hoje viver sem ela!

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  16. A tecnologia vem ganhando espaço na educação, métodos e técnicas nos ajudam a trabalhar com a mesma de forma produtiva, fazendo da tecnologia uma ferramenta útil na aprendizagem.

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