sexta-feira, 19 de agosto de 2011

ATIVIDADE INICIAL DE LINGUAGEM E TECNOLOGIA - 6o DE LETRAS


Em nossa primeira aula, lemos e discutimos rapidamente sobre o texto de um dos fundadores dos estudos sobre a Cibercultura, Pierre Lévy.  Leia o texto abaixo e discuta com seus colegas sobre as afirmações do filósofo quanto ao uso das tecnologias na vida moderna. Considere os pontos positivos e negativos da revolução tecnológica que vivenciamos.
Lembre-se: o que há de mais importante em um blog é sua característica democrática de abrir espaço para os diferentes pontos de vista de seus usuários. Trave conversas edificantes com seus colegas, assim todos nós construiremos nosso conhecimento de forma colaborativa!! Comente quantas vezes quiser. Bom trabalho!!

MANIFESTO DOS PLANETÁRIOS

AUTO-RETRATO DOS PLANETÁRIOS


Aqui estamos. Nós. Os planetários. Conduzimos os mesmos veículos, tomamos os mesmos aviões, utilizamos os mesmos hotéis, temos as mesmas casas, as mesmas televisões, os mesmos telefones, os mesmos computadores, os mesmos cartões de crédito. Informamo-nos na câmara de eco dos meios de comunicação mundializados. Navegamos na Internet. Temos o nosso site. Participamos na silenciosa explosão do hipercórtex infinitamente reticulado do World Wide Web. ouvimos músicas de todos os cantos do mundo: raï, rap, reggae, samba, jazz, pop, sons da África e da Índia, do Brasil ou das Antilhas, música céltica e música árabe, estúdios de Nashville ou de Bristol...Dançamos como loucos ao ritmo da techno mundial em rave parties sob a luz zebrada de idênticos raios estroboscópicos. Lemos os nossos livros e os nossos jornais na grande biblioteca mundial unificada de Babel. Misturados com turistas, visitamos museus cujas coleções cruzam as culturas. As grandes exposições de que gostamos giram em torno do planeta como se a arte fosse um novo satélite da Terra. Estamos todos interessados nas mesmas coisas: todas as coisas. Nada do que é humano nos é estranho.


Nós, os planetários, consumimos no mercado mundial. Comemos à mesa universal, baunilha e kiwi, coentros e chocolate, cozinha chinesa e cozinha indiana. Quando alguns rabugentos querem polarizar o nosso olhar sobre a distribuição de hamburguers de má qualidade ou de bebidas gasosas com açúcar, preferimos apreciar o alargamento do leque de possibilidades: poderíamos provar tantos frutos diferentes, tantas especiarias, tantos vinhos e licores há cinquenta anos, há cem anos?


Assistimos (e organizamos) colóquios internacionais, uma instituição rara e reservada a uns poucos há ainda cinquenta anos, mas que se torna hoje um desporto massificado. Acontece que a nossa reputação ultrapassa as fronteiras do país em que nascemos. Somos traduzidos em várias línguas, ou então não temos necessidade de ser traduzidos porque trabalhamos nas artes visuais, na música, na moda, no desporto. O nosso talento é reconhecido por toda a parte. E pouco importa que este talento seja acolhido num país ou noutro. Queremos simplesmente que ele desabroche.


Pouco a pouco, sem que nós nos tenhamos dado conta disso de imediato, o mundo chegou à nossa mão e fizemos dele o nosso campo de ação. A envergadura dos nossos atos aumentou até atingir as margens diante de nós. Temos clientes, parceiros e amigos por todos o lado. De súbito, aprendemos progressivamente a maneira de nos dirigirmos a toda a gente, a todo o mundo. Os nossos compatriotas estão por toda a Terra. Começamos a constituir a sociedade civil mundial.


Somos cada vez mais numerosos. Trabalhamos numa empresa multinacional ou transnacional, na diplomacia, na tecnologia de ponta, na investigação científica, nos meios de comunicação, na publicidade. Somos artistas, escritores, cineastas, músicos, professores, funcionários, internacionais, futebolistas, alpinistas, navegadores solitários, comerciantes, hospedeiras do ar, consultores, acionistas, militantes de associações internacionais. Cotidianamente, para o melhor e para o pior, para compreender ou para sobreviver, para os amores ou para os negócios, em número cada vez maior, temos de olhar, comunicar e talvez agir para lá das fronteiras. Somos a primeira geração de pessoas que existe à escala do globo. Homens e mulheres políticos, drogados, manequins, gente de negócios, prostitutos, terroristas, vítimas de catástrofes televisivas, cozinheiros, consumidores, telespectadores, internautas, imigrados, turistas: somos a primeira geração global.


Nenhuma geração alguma vez viajou tanto como a nossa, tanto para o trabalho como para o prazer. O turismo tornou-se a maior indústria mundial. Nunca emigramos tanto como hoje, quer sejamos pobres atraídos pelo trabalho, quer sejamos ricos em busca de melhores condições fiscais ou de uma remuneração mais justa da nossa competência. Inversamente, nunca alimentamos, acolhemos, integramos, assimilamos e educamos tantos estrangeiros.


Já não somos sedentários, somos móveis. Também não somos nômades, porque os nômades não tinham campos nem cidades. Móveis: que passam de uma cidade para outra, de um bairro para outro da megalópole mundial. Vivemos em cidades ou metrópoles em relação umas com as outras, que serão (que já são) as nossas verdadeiras unidades de vida, muito mais que são como navios no alto mar, conectados a todas as redes.


Somos budistas americanos, informáticos indianos, ecologistas árabes, pianistas japoneses, médicos sem fronteiras. Como estudantes, para aprender por toda a parte, circulamos cada vez mais em torno do globo. Vamos onde podemos ser úteis. Graças a Internet, damos a conhecer o que temos a oferecer à escala do planeta. Como produtores de vinho ou de queijo, instalamos um sistema de venda popr correspondência na Web. A nossa geração está a inventar o mundo, o primeiro mundo verdadeiramente mundial.


Já não nos agarramos a um ofício, a uma nação ou a qualquer identidade. Mudamos de regime alimentar, de profissão, de religião. Saltamos de uma existência para outra, inventamos continuamente a nossa atividade e a nossa vida. Somos instáveis, tanto na nossa vida familiar como na nossa vida profissional. Casamo-nos com pessoas de outras culturas e de outros cultos. Não somos infiéis, somos móveis.


A nossa identidade é cada vez mais problemática. Empregado? Patrão? Trabalhador autônomo? Pai? Filho? Amigo? Amante? Marido? Mulher? Homem? Nada é simples. Cada vez mais, tudo tem de ser inventado. Não temos modelos. Somos os primeiros a entrar num espaço completamente novo. Entramos no futuro que inventamos calcorreando o planeta.



PIERRE LÈVY

24 comentários:

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  3. Devemos caminhar lado a lado com as inovações tecnológicas, apesar de parecer meio assustador conviver com tantas novidades nesta área!!!!

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  4. A expansão tecnológica não vem apenas para transformar o ser humano, mas sim também para moldá-lo de uma forma sincrônica e diacrônica. Pierre Lévy apresenta a teoria de que estamos submersos em um dilúvio de informações e é impossível abraçarmos todas as ideias e informações que estão disponíveis, isso nos faz pensar de quão grande é o ciberespaço e sua evolução a cada dia, a cada hora, minutos e segundos...

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  6. Atualmente no mundo em que vivemos é praticamente impossível conviver sem a era digital, pois a internet é uma imensa biblioteca virtual, além de pesquisas pode -se escrever, publicar e trocar informações. O mundo já está rendido a todas essas facilidades e praticidades que a web pode oferecer.

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  7. A tecnologia veio com certeza para facilitar a vida das pessoas, criando possibilidades de informação e relacionamento impossíveis de serem realizadas há tempos atrás, mas eu espero que essa febre tecnológica não transforme o ser humano em um robô, conectado ao seu computador 24 horas por dia acabando com o relacionamento pessoal entre as pessoas, tornando o homem mais individualista do que já é.

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  8. Com o advento do mundo digtal, talvez estejamos mais interligados do que pensamos, tal como afirma Lévy, seres mundiais e móveis,o que também se pode relacionar com o vídeo sobre tecnologias na área da Educação, de mais de 10 anos atrás e tão atual, já que podemos ver muitas coisas acontecendo, como por exemplo, a "Lousa Digital", presente em colégios privados, como a rede Pueri Domus, e os cursos de aperfeiçoamento em tecnologias oferecidos pelo MEC.
    A tendência é "piorar" mas não de uma forma ruim, porque avanços não são ruins, são "apenas" reflexo de nossa evolução. Quanto aos comentários de que as coisas convencionais vão acabar, ou então a exposição de pontos negativos são mera questão de discernimento, ou você tem, ou você não tem.

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  9. Excelente comentário Antonio, minha preocupação também é se estamos preparados para esse tsunami tecnológico, e se saberemos como utilizar de forma correta sem deixar nossos familiares de lado.
    Devemos explorar todas estas ferramentas de nforma correta, para que nosso convívio social não seja prejudicado.

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  10. A tecnologia vem se despontando como um míssel da mente,o imaginário em suas mãos. O que passou não faz diferença na decisão presente, pois esse momento da inovação faz com que suprima , condicione para a evolução dos novos projetos tecnológicos. Nesse texto Lévy, faz um recorte quase que perfeito se não fossem as mudanças de milésimos de atualizações.

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  11. Anderson, o que exatamente voce considera assustador nesse contexto? Gostaria de saber mais sobre seu ponto de vista acerca da tecnologia, ok.

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  12. Vivemos em um planeta que não se esconde, ou se desconhece mais nada, ainda mais quando falamos de tecnologias para o desenvolvimento pessoal,conhecemos pessoas de outros países a um piscar de olhos, aprendemos linguas diferentes, e podemos ter a fluência sem sair de casa, nunca tivemos tantos amigos de raças diferentes em tão pouco tempo.
    Somos capazes de encontrar familiares que nem mesmo conhecemos.
    Somo capazes de fazer coisas que nem mesmo imaginamos que poderiamos fazer,temos apenas que ter a virtudes de quebrar os paradigmas da tecnologia e assim sermos um verdadeiro planetário.
    E você se considera um planetário?.

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  13. Com a chagada da era digital, estamos todos interligados, cada vez mais globalizados, Levy considera a aquisição da tecnologia como uma maneira de abandonar o sedentarismo uma vez que nos dá mobilidade para viajar no mundo virtual. A rapidez que nos chega a informação permite estarmos atualizados e conectados com o mundo.Toda essa tecnologia é essencial para o fim de aulas cansativas e anacrônicas e com certeza será uma ferramenta essencial para o novo modelo de educação.

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  14. Carol, diante dessa visao tao animadora que voce mostra sobre a Internet como uma imensa biblioteca para acesso de todos, aproveite para dar sugestoes aos colegas sobre algum site bem bacana que voce costuma utilizar para que todos possam tambem aprender algo novo hoje! ;)

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  15. Como podemos observar,estamos caminhando para um mundo onde a tecnológia está ao nosso redor, podemos nos comunicar em qualquer parte do planeta, estamos numa geração onde não tem limite,a facilidade de comunicação e trânsmição entre outras novidades nunca acaba. Estamos sempre em constantes mudanças, essas inovações tecnológicas aparecem para facilitar a vida de nós planetários.

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  16. Ana Paula Dantas Moreira20 de agosto de 2011 às 05:40

    Estamos cada dia mais globalizados e nem percebemos o quanto a tecnologia já nos tomou e ainda há de tomar, antigamente não tinhamos tanta facilidade como temos hoje, e de pensar que antes não tínhamos o privilégio de ter acesso a algumas coisas do exterior e hoje temos esta facilidade, tais como tantas frutas que antes nem conhecíamos o nome e hoje estão em nossa mesa.Outro fator importante e interessante também é os recursos que temos de comunicação, sejam eles de rede wi-fi, bluetooth e Pierre LÈvy ressalta bem, vivemos em constante mudanças tecnológicas.

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  17. Com a chegada da era digital, estamos todos interligados, cada vez mais globalizados, Levy considera a aquisição da tecnologia como uma maneira de abandonar o sedentarismo uma vez que nos dá mobilidade para viajar no mundo virtual. A rapidez que nos chega a informação permite estarmos atualizados e conectados com o mundo.Toda essa tecnologia é essencial para o fim de aulas cansativas e anacrônicas e com certeza será uma ferramenta essencial para o novo modelo de educação.

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  18. Essa preocupacao sobre a possibilidade de que o humano se transforme em robo e mais do que pertinente, Antonio, pois como nos discutimos na aula de quinta, o ser humano precisa aprender a se humanizar novamente, da mesma forma, temos que tomar os devidos cuidados para que nao nos transformemos em automatos, distantes do contato com outras pessoas, tendo sempre o equilibrio entre o virtual e o presencial como complementos um do outro.

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  19. Concordo com a Agatha, quando apresenta toda essa situação "tecnológica" como uma questão de PONTO DE VISTA... Temos que analisar todas as situações e separarmos o que é bom e o que é ruim para nós...

    Obs: Agatha, vc está interligada até demais, né? Facebuquiana kkk

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  21. Falou tudo Antônio... A tecnologia é criada para facilitar a vida das pessoas, a prova cabal disso são as diversas situações que podemos resolver pela internet... Pagar contas e fazer compras são apenas algumas funções básicas que hoje são usuais e convencionais...

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  22. Há... Esse Tiago, viu...
    Não sei se estou errada, mas é muito fácil dizermos que não gostamos de algo antes de experimentar (tal e qual chuchu, ou jiló)...
    Corremos o risco de gostar e de não mais abrir mão daquele momento, seja ver um comentário no facebook, ou descrever suas sensações sobre os mais diversos assuntos num blog.
    Não precisamos deixar o que é convencional de lado, é apenas "abrir um espacinho" para novas concepções, se dar o direito (ainda que seja por dever...).
    A tecnologia, bem usada, soma... Não subtrai, nem torna um conjunto zero.

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  23. Bom acredito que a tecnologia vem para nos auxiliar em vários momentos que nos encontramos em dúvida de algo, e para resolver basta um clik e pronto um mar de conhecimentos aparece na tela do computador.
    Sem precisarmos sair de casa ou de disponibilizar muito tempo.
    Fabiana 3705 6º pedagogia

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  24. Acredito que a tecnologia veio para nos auxiliar e abrir as janelas do mundo,pois vivemos em contante mudança e, para acompanharmos as tais mudanças,temos que nos preparar com as mais modernas tecnologias. Maria cristina vidal 6ºletras

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