quinta-feira, 19 de agosto de 2010

ATIVIDADE DO 6º DE LETRAS

Bem-vindos ao Ciberespaço, colegas letrados!!



Leia o texto abaixo e discuta com seus colegas as afirmações do filósofo Pierre Lévy quanto ao uso de tecnologia na vida moderna. Estabeleça um paralelo sobre o uso de tecnologias na área de Línguas.


MANIFESTO DOS PLANETÁRIOS


AUTO-RETRATO DOS PLANETÁRIOS


Aqui estamos. Nós. Os planetários. Conduzimos os mesmos veículos, tomamos os mesmos aviões, utilizamos os mesmos hotéis, temos as mesmas casas, as mesmas televisões, os mesmos telefones, os mesmos computadores, os mesmos cartões de crédito. Informamo-nos na câmara de eco dos meios de comunicação mundializados. Navegamos na Internet. Temos o nosso site. Participamos na silenciosa explosão do hipercórtex infinitamente reticulado do World Wide Web. ouvimos músicas de todos os cantos do mundo: raï, rap, reggae, samba, jazz, pop, sons da África e da Índia, do Brasil ou das Antilhas, música céltica e música árabe, estúdios de Nashville ou de Bristol...Dançamos como loucos ao ritmo da techno mundial em rave parties sob a luz zebrada de idênticos raios estroboscópicos. Lemos os nossos livros e os nossos jornais na grande biblioteca mundial unificada de Babel. Misturados com turistas, visitamos museus cujas coleções cruzam as culturas. As grandes exposições de que gostamos giram em torno do planeta como se a arte fosse um novo satélite da Terra. Estamos todos interessados nas mesmas coisas: todas as coisas. Nada do que é humano nos é estranho.


Nós, os planetários, consumimos no mercado mundial. Comemos à mesa universal, baunilha e kiwi, coentros e chocolate, cozinha chinesa e cozinha indiana. Quando alguns rabugentos querem polarizar o nosso olhar sobre a distribuição de hamburguers de má qualidade ou de bebidas gasosas com açúcar, preferimos apreciar o alargamento do leque de possibilidades: poderíamos provar tantos frutos diferentes, tantas especiarias, tantos vinhos e licores há cinquenta anos, há cem anos?


Assistimos (e organizamos) colóquios internacionais, uma instituição rara e reservada a uns poucos há ainda cinquenta anos, mas que se torna hoje um desporto massificado. Acontece que a nossa reputação ultrapassa as fronteiras do país em que nascemos. Somos traduzidos em várias línguas, ou então não temos necessidade de ser traduzidos porque trabalhamos nas artes visuais, na música, na moda, no desporto. O nosso talento é reconhecido por toda a parte. E pouco importa que este talento seja acolhido num país ou noutro. Queremos simplesmente que ele desabroche.


Pouco a pouco, sem que nós nos tenhamos dado conta disso de imediato, o mundo chegou à nossa mão e fizemos dele o nosso campo de ação. A envergadura dos nossos atos aumentou até atingir as margens diante de nós. Temos clientes, parceiros e amigos por todos o lado. De súbito, aprendemos progressivamente a maneira de nos dirigirmos a toda a gente, a todo o mundo. Os nossos compatriotas estão por toda a Terra. Começamos a constituir a sociedade civil mundial.


Somos cada vez mais numerosos. Trabalhamos numa empresa multinacional ou transnacional, na diplomacia, na tecnologia de ponta, na investigação científica, nos meios de comunicação, na publicidade. Somos artistas, escritores, cineastas, músicos, professores, funcionários, internacionais, futebolistas, alpinistas, navegadores solitários, comerciantes, hospedeiras do ar, consultores, acionistas, militantes de associações internacionais. Cotidianamente, para o melhor e para o pior, para compreender ou para sobreviver, para os amores ou para os negócios, em número cada vez maior, temos de olhar, comunicar e talvez agir para lá das fronteiras. Somos a primeira geração de pessoas que existe à escala do globo. Homens e mulheres políticos, drogados, manequins, gente de negócios, prostitutos, terroristas, vítimas de catástrofes televisivas, cozinheiros, consumidores, telespectadores, internautas, imigrados, turistas: somos a primeira geração global.


Nenhuma geração alguma vez viajou tanto como a nossa, tanto para o trabalho como para o prazer. O turismo tornou-se a maior indústria mundial. Nunca emigramos tanto como hoje, quer sejamos pobres atraídos pelo trabalho, quer sejamos ricos em busca de melhores condições fiscais ou de uma remuneração mais justa da nossa competência. Inversamente, nunca alimentamos, acolhemos, integramos, assimilamos e educamos tantos estrangeiros.


Já não somos sedentários, somos móveis. Também não somos nômades, porque os nômades não tinham campos nem cidades. Móveis: que passam de uma cidade para outra, de um bairro para outro da megalópole mundial. Vivemos em cidades ou metrópoles em relação umas com as outras, que serão (que já são) as nossas verdadeiras unidades de vida, muito mais que são como navios no alto mar, conectados a todas as redes.


Somos budistas americanos, informáticos indianos, ecologistas árabes, pianistas japoneses, médicos sem fronteiras. Como estudantes, para aprender por toda a parte, circulamos cada vez mais em torno do globo. Vamos onde podemos ser úteis. Graças a Internet, damos a conhecer o que temos a oferecer à escala do planeta. Como produtores de vinho ou de queijo, instalamos um sistema de venda popr correspondência na Web. A nossa geração está a inventar o mundo, o primeiro mundo verdadeiramente mundial.


Já não nos agarramos a um ofício, a uma nação ou a qualquer identidade. Mudamos de regime alimentar, de profissão, de religião. Saltamos de uma existência para outra, inventamos continuamente a nossa atividade e a nossa vida. Somos instáveis, tanto na nossa vida familiar como na nossa vida profissional. Casamo-nos com pessoas de outras culturas e de outros cultos. Não somos infiéis, somos móveis.


A nossa identidade é cada vez mais problemática. Empregado? Patrão? Trabalhador autônomo? Pai? Filho? Amigo? Amante? Marido? Mulher? Homem? Nada é simples. Cada vez mais, tudo tem de ser inventado. Não temos modelos. Somos os primeiros a entrar num espaço completamente novo. Entramos no futuro que inventamos calcorreando o planeta.



PIERRE LÈVY





20 comentários:

  1. Emerson Luiz do Carmo19 de agosto de 2010 às 18:19

    O texto escrito por LÈVY, retrata a realidade vivenciada por nós humanos, que temos nossas diferenças, tanto de comportamento, quanto de ideologia e estamos sempre abertos a mudanças.
    Relata as diferentes funções existentes em detrimento das novas tecnologias utilizadas pelas diferentes culturas em todo o mundo, tornando o mundo, verdadeiramente mundial.

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  2. Vivemos em um mundo totalmente diferente ao que nascemos. A velocidade com que as coisas evoluim, nos fazem refletir o quanto é necessário mudarmos e avançarmos nossos conhecimentos; abrir a mente para o novo e para o diferente. E essa transformação, Pierre Lèvy relata bem em seu texto.

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  3. O mundo muda, as pessoas mudam e a língua também. Quem diria que um dia pudéssemos conversar com alguém do outro lado do mundo a qualquer hora, em qualquer lugar, com clareza e tanta facilidade?...Com a língua podemos fazer um paralelo e dizer o mesmo. É muito provável que um falante do latim jamais imaginaria que sua língua um dia iria morrer e tantas outras iriam aparecer promovendo a comunicação global cada vez mais importante para abranger os leques da informação e nos transformar em pessoas cada mais ligadas a outras pessoas e ao mundo. A tecnologia é um instrumento norteador da vida de todos, mesmo quando não percebemos, ela está ali. Infelizmente tudo tem suas vantagens e desvantagens, só precisamos analisar e guardar para nós o que é bom, excluindo o que é ruim!

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  4. O texto de Pierri Lèvi divulga os benefícios do mundo virtual, mas, será apenas isso que o autor nos passa? O interessante é como ele divulga o "novo mundo" no qual nos inserimos a cada dia, bem como a necessidade automaticamente imposta pelo crescimento tecnológico oriundo na sociedade atual. Quando o autor cita o verbo "desterritoriar" o mesmo cita o mundo virtual no qual não há limites para se desbravar e viajar pelo "hipercortex" virtual, que se torna mais real a cada dia.

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  5. Diante de tal complexidade, torna-se necessário não apenas interagir com os novos conhecimentos que o ciberespaço disponibiliza a todos os seres humanos do planeta, devemos, sobretudo, fazer a tentativa planetária de nos rever neste novo espelho globalizado, redescobrindo nossas novas possibilidades, nossas novas vocações para que um novo mundo possa emergir. Façamos todos uma boa viagem nesse oceano de incertezas!!!

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  6. O ser humano é muito complexo e vive às voltas com o seu próprio univeso enquanto ser que existe num mundo de inseguraças e incertezas, no qual o desconhecido muitas vezes causa medo, e pode ou não se tornar real nos diferentes âmbitos de suas vidas, como emocional, psicológico,profissional, e por que não dizer frente ao mundo que permanece em evolução tecnológica constante, e modifica, a todo momento as diferentes formas de relacionamento, comunicação e acesso às informações???

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  7. M. Cristina Cimminiello24 de agosto de 2010 às 18:00

    Estamos ligados ao mundo através do computador. Ele virou item indispensavel de nossa vida, compramos, vendemos, estudamos, viajamos, conhecemos museus, fazemos amigos sem sair de casa. Se ocorre algum problema com ele entramos em desespero. A tecnologia surprende-nos a cada dia, porém um simples virus pode destruir tudo o que contruimos durante um longo tempo. Quando isso acontece olhamos para ele com o sentimento de "e agora? O que vou fazer sem você?" A tecnologia novamente o acorda e recomeçamos nossa vida, buscando novos amigos, fazendo negócios, enfim, vivendo. Afinal nosso companheiro esta de volta, pronto para nos acompanhar a todos os lugares.

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  8. Realmente é como a Cris afirmou no comentário acima. Ficamos dependentes do mundo virtual, do computador e afins, mas, será que isso é algo bom? O homem inventa a máquina e fica dependente dela de tal forma a não conseguir desenvolver o que precisa sem a ferramenta digital. É claro que Obtemos benefícios interessantes, porém há realizações que o mundo virtual não poderá substituir. Podemos sim visitar museus e países pela internet, mas não é como estarmos pessoalmente nestes lugares, sentirmos o cheiro, o ambiente, o clima... Isso o mundo virtual não conseguiu nos proporcionais, pelo menos por enquanto.

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  9. O texto de Levy relata sobre o avanço da sociedade. Somos diferentes e iguais. Iguais porque temos acesso ao mundo virtual. Este acesso é indeferente de classe social quando então nos tornamos iguais. Por meio da tecnologia podemos viajar para qualquer lugar mundo sem sair de onde estamos. Privilégio de todo ser humano.

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  10. Concordo com você Cris, a tecnologia que nos trouxe tanta comodidade, as vezes, nos causa alguns danos. O importante é nos adaptar aos obstáculos que essa era nos traz para que saibamos resolver esses problemas com menos dificuldades, sabendo aproveitar todos os beneficios proporcionados por essa era que cresce cada dia mais.

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  11. Estamos de acordo com a Cristina ao citar que o computador tornou-se praticamente um membro da família, sendo assim, indipensável para nosso cotidiano. E no momento que ele nos deixa na mão é como se saíssemos da nossa nova relidade, a tecnologia!Parabéns Cris você arrasou!!! Bjs, Pri e Emerson.

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  12. As diversas culturas, línguas, costumes, comidas e profissões, nunca estiveram tão conectadas como agora. Virtude de uma tecnologia que está em evolução constante. Capaz de unir um mundo e ser essencial a nossa existência.
    Pierre Lévy faz uma inteligente análise desse crescimento tecnológico vivido por nós, os benefícios trazidos por essa tecnologia e as possibilidades de igualdade na circulação do conhecimento.

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  13. Nos dias de hoje nos vemos tão presos à tecnologia que, se por algumas horas ficarmos sem a internet, por exemplo, não conseguimos direcionar muitos de nossos compromissos, comprometemos parte de nosso trabalho, enfim, esse mundo de vantagens virtuais está tão presente em nossas vidas que muitas vezes não damos conta que sem ele ficamos de mãos atadas. É a tecnologia a serviço do homem e o homem, preso a esta tecnologia.

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  14. Com a tecnologia cada vez mais presente em nossas vidas, fica dificil pensar em um mundo sem elas e porque não usá-las em beneficio, como uma contribuição para uma aprendizagem mais significativa? ou para um ensino interativo?
    As coisas estão evoluindo rapidamente, precisamos estar em constante inovação para acompanhar esses avanços e transformá-los em uma ferramenta para contribuição do ensino.

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  15. A Globalização iniciou uma corrida pelo progresso. O progresso tem como co-piloto a tecnologia: cada dia renovada. A informação reciclada e avançada coloca o indivíduo nesta competição, somos operantes desta ferramenta digital: computador=internet.
    Nossa Língua Portuguesa também está nesta competição, sofrendo adaptações grafológicas e fonéticas: incorporados tais termos tecnológicos, inclusive a linguagem cibernética(ops! uma palavra incorporada ao nosso léxico português). A interação com esta ferramenta contribui para a relação de conhecimento entre os povos e para os povos. Aprendendo o mundo digital alavancará um conhecimento amplo no ensino para cada indivíduo acadêmico, técnico ou não. Expandindo a aprendizagem de todos.

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  16. Hoje, ao entrar no blog para avaliar as participações de vocês, reli todas as postagens que vocês fizeram no início do semestre e posso dizer que estou muito orgulhosa de ser professora de uma turma tão madura e tão comprometida com o curso de Letras, como a Educação e, principalmente, com a Humanidade. Ao utilizar participações em blog como um dos critérios de avaliação da turma, vejo que vocês não só incorporaram os conceitos ligados ao Ciberespaço, mas adquiriram a Cibercultura. Sejam bem-vindos Planetários!!!

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  17. Ana Lucia Alvarenga RGM: 41057 de dezembro de 2010 às 01:00

    Os negros tem sido masacrados a muitos anos. sua convivência com os brancos sempre foi tensa, o racísmo tem impreguinado a nossa sociedade, a desigualdade é muito grande e um imenso estereótico racista.
    Os negros são as mãos fortes que fez e faz parte da nossa história, posso dizer que os negros merecem respeito, precisamos nos unir para erradicar esse preconceito sujo,mais negro que a própria cor da pele, porque nas veias de um branco corre o mesmo sangue, todos nós somos importantes e filhos do mesmo Deus, o qual nos amoa independente da nossa cor.

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    1. Concordo com vc Ana Lúcia os negros fizeram a riqueza do nosso País é por essas e outras que se deve ensinar na escola a história da cultura afro e ensinar também que Racismo é crime inafiançável!

      VANESSA BATISTA RGM 4438

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  18. Ana Lucia Alvarenga RGM: 41057 de dezembro de 2010 às 01:04

    Concordo com o comentário dos meus colegas, pois cada um tem seu ponto de vista más com o mesmo obetivo o de erradicar esse preconceito racista em relação aos negros.

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  19. O ensino das relações étnicos raciais na escola é muito importante para conscientização dos alunos, já que muitos não conhecem a luta que os negros (nossos antepassados) tiveram, pois eles sofreram muito com a questão da escravidão e hoje já se passaram muitos anos e o preconceito continua.
    VANESSA BATISTA RGM 4438

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