O QUE É O VIRTUAL?
ESTA PERGUNTA ENTITULA UM DOS LIVROS DO FILÓSOFO PIERRE LÉVY, NO QUAL SÃO DISCUTIDOS PONTOS CRUCIAIS PARA A DEFINIÇÃO DESSE FENÔMENO DO QUAL SOMOS CONTEMPORÂNEOS: A VIRTUALIZAÇÃO.
LEIA AS CITAÇÕES ABAIXO E TROQUE ALGUMAS IDEIAS COM SEUS COLEGAS A RESPEITO DESSA TEMÁTICA.
A palavra virtual é empregada com frequência para significar a pura e simples AUSÊNCIA DE EXISTÊNCIA, a “realidade” supondo uma efetuação material, uma presença tangível.
O real seria da ordem do “tenho”, enquanto o virtual seria da ordem do “terás”, ou da ilusão, o que permite geralmente o uso de uma ironia fácil para evocar as diversas formas de virtualização.
A palavra virtual vem do latim medieval virtualis, derivado por sua vez de virtus, força, potência. Na filosofia escolástica, é virtual o que existe em potência e não em ato. A árvore está virtualmente presente na semente. É o “vir a ser”.
O virtual é um complexo problemático, o nó de tendências ou de forças que acompanha uma situação, um acontecimento, um objeto ou uma entidade qualquer. O problema da semente, por exemplo, é fazer brotar uma árvore. A semente “é” esse problema, mesmo que não seja somente isso. O que significa que ela “conhece” exatamente a forma da árvore que expandirá finalmente sua folhagem acima dela. A partir das coerções que lhe são próprias, deverá inventá-la, co-produzi-la com as circunstâncias que encontrar.
Por um lado, a entidade carrega e produz suas virtualidades: um acontecimento, por exemplo, reorganiza uma problemática anterior e é suscetível de receber interpretações variadas. Por outro lado, o virtual constitui a entidade: as virtualidades inerentes a um ser, sua problemática, o nó de tensões, de coerções e de projetos que o animam, as questões que o movem, são uma parte essencial de sua determinação.
O que é virtualização? Não mais o virtual como maneira de ser, mas a virtualização como dinâmica. A virtualização pode ser definida como o movimento inverso da atualização. Consiste em uma passagem do atual ao virtual, em uma “elevação à potência” da entidade considerada.
A virtualização não é uma desrealização (a transformação de uma realidade num conjunto de possíveis), mas uma mutação de identidade, um deslocamento do centro de gravidade ontológico do objeto considerado. Virtualizar uma entidade qualquer consiste em descobrir uma questão geral à qual ela se relaciona, em fazer mutar a entidade em direção a essa interrogação e em redefinir a atualidade de partida como resposta a uma questão particular. A virtualização é um dos vetores da criação da realidade.
NÃO ESTAR PRESENTE: A VIRTUALIZAÇÃO COMO ÊXODO
A virtualização pode ser definida pela característica de ser um desprendimento do aqui e do agora. O senso comum faz do virtual inapreensível, o complementar do real, tangível.
Claro que é possível atribuir um endereço a um arquivo digital, mas nessa era de informações online, esse endereço seria de qualquer modo transitório e de pouca importância.
(LEMBREM-SE DE QUE HOJE O ARMAZENAMENTO DE ARQUIVOS É FEITO EM “NUVENS”)
Desterritorializado, presente por inteiro em cada uma de suas versões, de suas cópias e de suas projeções, desprovido de inércia, habitante ubíquo do ciberespaço, o hipertexto contribui para produzir aqui e acolá acontecimentos de atualização textual, de navegação e de leitura.
Quando uma pessoa, uma coletividade, um ato, uma informação se virtualizam, eles se tornam “não-presentes”, se desterritorializam. Uma espécie de desengate os separa do espaço físico ou geográfico ordinários e da temporalidade do relógio e do calendário.
(JOGAR VÍDEO GAMES COMO NINTENDO WII FACILITAM ENTENDER ESSE FENÔMENO)
Ubiqüidade, simultaneidade, distribuição irradiada ou massivamente paralela. A virtualização submete a narrativa clássica a uma prova rude: unidade de tempo sem unidade lugar (graças à interações eletrônicas, às transmissões ao vivo, aos sistemas de telepresença), continuidade de ação apesar de uma duração descontínua (como comunicação por secretária eletrônica ou por correio eletrônico).
Além de trazer novas noções sobre tempo e velocidade, outro efeito pode ser percebido na virtualização: a passagem do interior ao exterior e do exterior ao interior. As relações entre privado e público, próprio e comum, subjetivo e objetivo, mapa e território, autor e leitor, etc.
COMO O MUNDO VIRTUAL É RECHEADO DE IMPREVISIBILIDADES, A EXPERIÊNCIA DE HOJE FOI TÃO ENRIQUECEDORA, QUE RESOLVI FAZER UM ADENDO À TAREFA ANTERIOR DE COMENTAR A TEORIA DE PIERRE LÉVY. COMO FICA FÁCIL PERCEBER, OS COMENTÁRIOS QUE FORAM POSTADOS HOJE CEDO, MARCAM DOIS MOMENTOS DIFERENTES DA AULA, O PRIMEIRO MOMENTO, DA LEITURA E DISCUSSÃO DAS TEORIAS DO FILÓSOFO SOBRE VIRTUALIZAÇÃO, E O SEGUNDO MOMENTO, EM QUE VIVENCIAMOS O VIRTUAL, A UBIQUIDADE DE TEMPO E LUGAR, PRESENCIAL E VIRTUAL, JOGANDO NINTENDO WII. ABAIXO AS FOTOS DESSES MOMENTOS MARAVILHOSOS QUE PASSAMOS NUM SÁBADO QUE SERIA SIMPLES E SE TORNOU MEMORÁVEL!! OBRIGADA PELA PARTICIPAÇÃO DE TODOS!! A EDUCAÇÃO PRECISA DE PROFESSORES ABERTOS ÀS NOVAS POSSIBILIDADES, VOCÊS JÁ FAZEM PARTE DA EDUCAÇÃO DO FUTURO, PESSOAL!! PARABÉNS PELA ATITUDE!!