quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

AULA DE 19/02 - 3º DE PEDAGOGIA - ENFRENTANDO AS INCERTEZAS - EDGAR MORIN



Leia abaixo trechos do livro "OS SETE SABERES NECESSÁRIOS PARA A EDUCAÇÃO DO FUTURO", de Edgar Morin, em que são discutidos pontos fundamentais sobre a consciência planetária como ponto de partida para um novo momento histórico.
Após a leitura, discuta com seus colegas as semelhanças entre os pressupostos do autor e o uso das tecnologias na educação.

A fim melhor ilustrar seus argumentos, faça uma busca na Internet por um site com fotos e  informações que representem um dos momentos históricos citados pelo autor e que você considerou mais marcante. Sugira a seus colegas colocando o link após sua postagem. 


"Ainda não incorporamos a mensagem de Eurípedes, que é a de estarmos prontos para o inesperado. O fim do século XX foi propício, entretanto, para compreender a incerteza irremediável da história humana.
Os séculos precedentes sempre acreditaram em um futuro, fosse ele repetitivo ou progressivo. O século XX descobriu a perda do futuro, ou seja, sua imprevisibilidade. Esta tomada de consciência deve ser acompanhada por outra, retroativa e correlativa: a de que a história humana foi e continua a ser uma aventura desconhecida. Grande conquista da inteligência seria poder enfim se libertar de ilusão de prever o destino humano. O futuro permanece aberto e imprevisível. Com certeza, existem determinantes econômicas, sociológicas e outras ao longo da história, mas estas encontram-se em relação instável e incerta com acidentes e imprevistos numerosos, que fazem bifurcar ou desviar seu curso.
As civilizações tradicionais viviam na certeza de um tempo cíclico cujo funcionamento devia ser assegurado por sacrifícios às vezes humanos. A civilização moderna viveu com a certeza do progresso histórico. A tomada de consciência da incerteza histórica acontece hoje com a destruição do mito do progresso. O progresso é certamente possível, mas é incerto. [...]


A INCERTEZA HISTÓRICA

Quem teria pensado, na primavera de 1914, que um atentado cometido em Sarajevo desencadearia a guerra mundial que duraria quatro anos e que faria milhões de vítimas?
Quem teria pensado, em 1916, que o exército russo se desagregaria e que um pequeno partido marxista, marginal, provocaria, contrariamente à própria doutrina, a revolução comunista em outubro de 1917?
Quem teria pensado, em 1918, que o tratado de paz assinado trazia em si os germes da Segunda Guerra Mundial, que arrebentaria em 1939?
Quem teria pensado, na prosperidade de 1927, que uma catástrofe econômica, iniciada em 1929, em Wall Street, se abateria sobre o planeta?
Quem teria pensado, em 1930, que Hitler chegaria legalmente ao poder em 1933?
Quem teria pensado, em 1940-41, afora alguns irrealistas, que o formidável domínio nazista sobre a Europa, após os impressionantes progressos da Wehrmacht na URSS até as portas de Leningrado e Moscou, seria acompanhado em 1942 pela reviravolta total da situação?
Quem teria pensado, em 1943, durante plena aliança entre soviéticos e ocidentais, que a guerra fria se manifestaria três anos mais tarde entre estes mesmos aliados?
Quem teria pensado, em 1980, afora alguns iluminados, que o Império Soviético implodiria em 1989?
Quem teria imaginado, em 1989, a Guerra do Golfo e a guerra que esfacelaria a Iugoslávia?
Quem, em janeiro de 1999, teria sonhado com os ataques aéreos sobre a Sérvia, em março de 1999, e no momento em que estas linhas são escritas, pode medir suas consequências?
Ninguém pode responder a estas questões no momento da escrita destas linhas, que , talvez, ficarão ainda sem resposta durante o século XXI. Como dizia Patocka: 'O devenir é doravante problematizado e o será para sempre.' O futuro chama-se incerteza."

ATIVIDADES CIENTÍFICO-CULTURAIS DO CURSO DE LETRAS E PEDAGOGIA - 1º Semestre 2011

           Em matéria publicada na revista Pátio, Marilene Guimarães propõem uma discussão um tanto quanto polêmica acerca das questões étnico-raciais na educação. Leia os fragmentos abaixo e registre seu comentário sobre o que diz a autora. Aproveite a oportunidade para debater com seus colegas, afinal o blog existe para a democratização das opiniões. Comente livremente, quantas vezes quiser, promova um debate com seus colegas!!


O ENSINO DA HISTÓRIA E DA CULTURA 
AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NAS ESCOLAS


          Nossos currículos são todos brancos, da História Geral à Geometria. Com uma mudança na LDB, que se apresenta democrática, nada mais democrático do que inserir o negro em sua própria História.

       A obrigatoriedade do ensino da História e da Cultura Africana e Afro-brasileira nos currículos das escolas públicas e particulares, conforme a Lei n 10.639/2003, gerou certa polêmica e alguma indignação. Confesso que, até pouco tempo, eu também compactuava com esse sentimento, tendo como base principal argumentos sobre  a exclusão de outras culturas que igualmente fizeram do Brasil um país rico em diversidade.

            A maneira como a lei foi apresentada causou certo desconforto. Remete a um autoritarismo que buscamos afastar de nossas salas de aula, principalmente por alterar a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996, que apregoa maior liberdade às escolas e aos currículos mais flexíveis. Os mais exaltados proclamam ainda ser desnecessária a medida, visto que a LDB traz em seu “conteúdo que o ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matizes indígenas, africana e européia”.

            Obviamente, a educação de um país não se consolida através de leis como esta, mas sim do trabalho incessante e consciente de seus principais autores (professores e alunos); tampouco o currículo escolar deve ser um repositório de decisões políticas, dificultando seu verdadeiro sentido pedagógico. Porém, há questões relevantes quanto à discussão sobre o ensino da cultura africana e afrodescendente que vão de encontro às condições de vida e sobrevivência do povo de um país,  considerando a segunda nação com maioria da população negra do mundo. E isso acaba por implicar também decisões políticas que viabilizem a transformação de muitos paradigmas da nossa sociedade.


O PRECONCEITO TRAZIDO PELOS PORTUGUESES NOS NAVIOS NEGREIROS PERMANECEU QUASE INTACTO, COM ALGUMAS (POUCAS) VARIAÇÕES, AO LONGO DE NOSSA HISTÓRIA.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

BOM DIA PEDAGOGOS DO 3 SEMESTRE! BEM-VINDOS A CIBERCULTURA!

Em nossa primeira aula, lemos e discutimos rapidamente sobre o texto de um dos autores fundadores dos estudos sobre a Cibercultura, Pierre Lévy. O segundo contato que você terá com esse texto marcará uma nova etapa em sua formação pedagógica. Leia o texto abaixo e discuta com seus colegas sobre as afirmações do filósofo quanto ao uso das tecnologias na vida moderna. Considere os pontos positivos e negativos da revolução tecnológica que vivenciamos.

Lembre-se: o que há de mais importante em um blog é sua característica democrática de abrir espaço para os diferentes pontos de vista de seus usuários. Trave conversas edificantes com seus colegas, assim todos nós construiremos nosso conhecimento de forma colaborativa!! Comente quantas vezes quiser. Bom trabalho!!

MANIFESTO DOS PLANETÁRIOS

AUTO-RETRATO DOS PLANETÁRIOS

Aqui estamos. Nós. Os planetários. Conduzimos os mesmos veículos, tomamos os mesmos aviões, utilizamos os mesmos hotéis, temos as mesmas casas, as mesmas televisões, os mesmos telefones, os mesmos computadores, os mesmos cartões de crédito. Informamo-nos na câmara de eco dos meios de comunicação mundializados. Navegamos na Internet. Temos o nosso site. Participamos na silenciosa explosão do hipercórtex infinitamente reticulado do World Wide Web. ouvimos músicas de todos os cantos do mundo: raï, rap, reggae, samba, jazz, pop, sons da África e da Índia, do Brasil ou das Antilhas, música céltica e música árabe, estúdios de Nashville ou de Bristol...Dançamos como loucos ao ritmo da techno mundial em rave parties sob a luz zebrada de idênticos raios estroboscópicos. Lemos os nossos livros e os nossos jornais na grande biblioteca mundial unificada de Babel. Misturados com turistas, visitamos museus cujas coleções cruzam as culturas. As grandes exposições de que gostamos giram em torno do planeta como se a arte fosse um novo satélite da Terra. Estamos todos interessados nas mesmas coisas: todas as coisas. Nada do que é humano nos é estranho.

Nós, os planetários, consumimos no mercado mundial. Comemos à mesa universal, baunilha e kiwi, coentros e chocolate, cozinha chinesa e cozinha indiana. Quando alguns rabugentos querem polarizar o nosso olhar sobre a distribuição de hamburguers de má qualidade ou de bebidas gasosas com açúcar, preferimos apreciar o alargamento do leque de possibilidades: poderíamos provar tantos frutos diferentes, tantas especiarias, tantos vinhos e licores há cinquenta anos, há cem anos?

Assistimos (e organizamos) colóquios internacionais, uma instituição rara e reservada a uns poucos há ainda cinquenta anos, mas que se torna hoje um desporto massificado. Acontece que a nossa reputação ultrapassa as fronteiras do país em que nascemos. Somos traduzidos em várias línguas, ou então não temos necessidade de ser traduzidos porque trabalhamos nas artes visuais, na música, na moda, no desporto. O nosso talento é reconhecido por toda a parte. E pouco importa que este talento seja acolhido num país ou noutro. Queremos simplesmente que ele desabroche.

Pouco a pouco, sem que nós nos tenhamos dado conta disso de imediato, o mundo chegou à nossa mão e fizemos dele o nosso campo de ação. A envergadura dos nossos atos aumentou até atingir as margens diante de nós. Temos clientes, parceiros e amigos por todos o lado. De súbito, aprendemos progressivamente a maneira de nos dirigirmos a toda a gente, a todo o mundo. Os nossos compatriotas estão por toda a Terra. Começamos a constituir a sociedade civil mundial.

Somos cada vez mais numerosos. Trabalhamos numa empresa multinacional ou transnacional, na diplomacia, na tecnologia de ponta, na investigação científica, nos meios de comunicação, na publicidade. Somos artistas, escritores, cineastas, músicos, professores, funcionários, internacionais, futebolistas, alpinistas, navegadores solitários, comerciantes, hospedeiras do ar, consultores, acionistas, militantes de associações internacionais. Cotidianamente, para o melhor e para o pior, para compreender ou para sobreviver, para os amores ou para os negócios, em número cada vez maior, temos de olhar, comunicar e talvez agir para lá das fronteiras. Somos a primeira geração de pessoas que existe à escala do globo. Homens e mulheres políticos, drogados, manequins, gente de negócios, prostitutos, terroristas, vítimas de catástrofes televisivas, cozinheiros, consumidores, telespectadores, internautas, imigrados, turistas: somos a primeira geração global.

Nenhuma geração alguma vez viajou tanto como a nossa, tanto para o trabalho como para o prazer. O turismo tornou-se a maior indústria mundial. Nunca emigramos tanto como hoje, quer sejamos pobres atraídos pelo trabalho, quer sejamos ricos em busca de melhores condições fiscais ou de uma remuneração mais justa da nossa competência. Inversamente, nunca alimentamos, acolhemos, integramos, assimilamos e educamos tantos estrangeiros.

Já não somos sedentários, somos móveis. Também não somos nômades, porque os nômades não tinham campos nem cidades. Móveis: que passam de uma cidade para outra, de um bairro para outro da megalópole mundial. Vivemos em cidades ou metrópoles em relação umas com as outras, que serão (que já são) as nossas verdadeiras unidades de vida, muito mais que são como navios no alto mar, conectados a todas as redes.

Somos budistas americanos, informáticos indianos, ecologistas árabes, pianistas japoneses, médicos sem fronteiras. Como estudantes, para aprender por toda a parte, circulamos cada vez mais em torno do globo. Vamos onde podemos ser úteis. Graças a Internet, damos a conhecer o que temos a oferecer à escala do planeta. Como produtores de vinho ou de queijo, instalamos um sistema de venda popr correspondência na Web. A nossa geração está a inventar o mundo, o primeiro mundo verdadeiramente mundial.

Já não nos agarramos a um ofício, a uma nação ou a qualquer identidade. Mudamos de regime alimentar, de profissão, de religião. Saltamos de uma existência para outra, inventamos continuamente a nossa atividade e a nossa vida. Somos instáveis, tanto na nossa vida familiar como na nossa vida profissional. Casamo-nos com pessoas de outras culturas e de outros cultos. Não somos infiéis, somos móveis.

A nossa identidade é cada vez mais problemática. Empregado? Patrão? Trabalhador autônomo? Pai? Filho? Amigo? Amante? Marido? Mulher? Homem? Nada é simples. Cada vez mais, tudo tem de ser inventado. Não temos modelos. Somos os primeiros a entrar num espaço completamente novo. Entramos no futuro que inventamos calcorreando o planeta.




PIERRE LÈVY

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Não custa nada ajudar...

Acabei de ver uma propaganda institucional na TV, trabalho admirável!!! Trata-se de uma ONG que grava mensagens de apoio e incentivo aos pacientes de câncer, que estão lutando pela vida!! Eles exibem as mensagens em TV para os pacientes. Linda iniciativa! Eu vou mandar minha mensagem, mande a sua também!!

http://www.doepalavras.com.br/


Cada um fazendo sua parte, assim o mundo fica melhor...